Hoje gostaria de compartilhar com vocês um pouco sobre a famigerada
"Síndrome do Pânico" como é popularmente conhecida ou Transtorno de Ansiedade Generalizada ou ainda
Transtorno do Pânico (ansiedade paroxística episódica) um quadro bastante
frequente nos dias de hoje e cujo venho me deparando comumente na clínica.
Acredito que de dez pacientes que vem ao meu consultório, seis relatam sintomas
compatíveis com o quadro.
O que é Transtorno de Ansiedade Generalizada e Transtorno do Pânico?
São quadros bem similares associados a diversos sintomas,
sendo a principal sensação o ataque de
pânico onde a pessoa sente um medo irracional, muitas vezes acreditando que
vai morrer ou passar muito mal. Esse ataque de pânico causa várias alterações
orgânicas no momento em que é desencadeado, tais como taquicardia,
hiperventilação, pressão arterial elevada, asfixia, náusea, desconforto
abdominal, tontura, dores no peito e sensações subjetivas de pavor e morte
iminente (DSM-IV-TR, 2003). No Transtorno
do Pânico a característica essencial são os ataques de pânico, já na ansiedade
generalizada os sintomas são
variáveis, mas compreendem nervosismo persistente, tremores, tensão muscular,
transpiração, sensação de vazio na cabeça, palpitações, tonturas e desconforto
epigástrico, sempre iniciados por um pico de ansiedade que faz a pessoa passar
mal.
Como a pessoa desenvolve esses quadros?
Geralmente são pessoas jovens, que trabalham, estudam, tem
diversas responsabilidades, mas também atinge uma parcela considerável de
pessoas de meia idade. Algumas características da personalidade dos pacientes
que atendo sempre se repetem, um indicativo de que as formas de agir mal adaptadas
contribuem para desencadear o quadro clínico. São pessoas controladoras,
excessivamente preocupadas com tudo, são pouco flexíveis nas situações
cotidianas, sofrem de níveis elevados de estresse, tem expectativas altas em
relação ao que fazem, os pensamentos negativos de falha ou incapacidade são
predominantes, acumulam problemas, estão sempre cheios de conflitos internos e
externos. Tudo isso faz com que a pessoa sinta uma pressão ambiental muito
intensa, culpando o mundo externo por suas falhas, levando-a a temer agir e
desempenhar seus papéis sociais.
Simplesmente o sujeito começa a passar mal, os níveis de
ansiedade se elevam e desencadeiam os processos citados acima, o que leva a
pessoa a acreditar em várias distorções: a mais comum é achar que tem um
problema cardíaco, acabam indo parar nas emergências dos hospitais acreditando
piamente que estão enfartando até os médicos perceberem que não se trata disso
e receitarem "calmantes" para essas pessoas; outras passam a evitar
sair de casa, ir a escola/faculdade, ir ao trabalho pelo medo de passar mal (como
dizem muitos dos meus pacientes, "Tenho medo de passar mal e não ter
ninguém pra me ajudar" ou "Eu sei que se eu sair eu vou passar
mal" (sic)).
A pessoa simplesmente não entende o que está acontecendo com
seu organismo e o medo vira um ciclo que é retroalimentado pelas suas falhas
que geram mais ansiedade e insegurança, assim quanto mais medo de passar mal,
mais forte é a crise, mais incerteza a pessoa tem sobre suas capacidades e sua
tendência é evitar todas as situações que lhe pareçam ameaçadoras. Quanto mais
tempo a pessoa demorar para procurar um profissional, mais o quadro irá se
agravar levando diversas perdas ao seu universo pessoal. É importante salientar que esse quadro pode
vir associado a outros Transtornos, como Depressão, por exemplo, tudo vai
depender da avaliação do Psicólogo/Psiquiatra para determinar o diagnóstico.
Hábitos saudáveis ajudam a prevenir a manifestação da
ansiedade excessiva. É importante que a pessoa tenha um lazer, não trabalhe
excessivamente ou evite o estresse no trabalho, em casa que aprenda a lidar com
os conflitos familiares, com os conflitos internos, faça atividade física e
evite álcool e tabagismo. Na dúvida, não tenha medo de recorrer a um
profissional afim investigar seus sintomas para determinar se existe um quadro
de Ansiedade Generalizada ou Ataque de Pânico estabelecido. O tratamento não é complicado, mas requer uma
mobilização do paciente para mudança de certos hábitos e dependendo da
intensidade dos sintomas pode ser necessário uma intervenção farmacológica.
Referências:
CID -10 - Classificação dos transtornos mentais e de comportamento da CID 10: Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas - Organização Mundial de Saúde, trad. Dorgival Caetano, Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
DSM IV- Critérios Diagnósticos do DSM-IV, 4a ed, Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=77
http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=77
Um dos melhores textos que já vi sobre o tema. Parabéns psicólogo!
ResponderExcluirObrigado pela visita e seja sempre bem vindo.
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