terça-feira, 17 de dezembro de 2019

HOMENAGEM AOS 15 ANOS DO PRAVIDA PELA CÂMARA DE FORTALEZA





No dia 11 de dezembro de 2019 foi realizada na Câmara Municipal de Fortaleza sessão solene para homenagear os 15 anos do PRAVIDA- Programa de Apoio a Vida da Universidade Federal do Ceará-UFC, programa da qual faço parte há 4 anos. O PRAVIDA tem como objetivo atuar ativamente na prevenção de suicídio não apenas na cidade de Fortaleza, mas em toda região metropolitana e cidades do interior do Estado, através de atividades voltadas para o ensino, pesquisa e extensão. Significa dizer que além do atendimento ambulatorial gratuito, realizado no Hospital Universitário Walter Cantídio, o PRAVIDA realiza diversos cursos, capacitações e seminários, além de pesquisa onde publica trabalhos em eventos nacionais e internacionais e conta com um livro publicado em 2018 com o que há de mais moderno em relação ao estudo científico do fenômeno do suicídio.



Acima de tudo é um programa de voluntários que realiza um trabalho hercúleo com muito amor. O vereador Jorge Pinheiro tem sido uma importante parceria com o programa e foi o idealizador dessa homenagem. No presente evento não apenas o PRAVIDA foi homenageado, mas seus integrantes que tem realizado uma contribuição fundamental para o andamento e desenvolvimento de todas essas atividades. Receberam certificados em homenagem ao PRAVIDA: Fábio Gomes de Matos Sousa; Maria Ivoneide Veríssimo de Oliveira; Leonardo Viana de Vasconcelos Martins; Ana Paula de Lima e Silva; Karine Benevides; Cíntia Lima Sampaio; Sâmia Martins Cabral Ribeiro; Poliana Lemos Moreira Albuquerque; Luíza Weber Bisol. Sendo um dos homenageados, só tenho a agradecer, em primeiro lugar ao Dr. Fábio Gomes pela confiança no meu trabalho e ao vereador Jorge Pinheiro, que em nome da cidade de Fortaleza realizou esse ato de reconhecimento público a um trabalho tão essencial e tão difícil. Foi uma sensação indescritível ser homenageado publicamente por algo que eu faço com todo empenho e sem esperar qualquer tipo de retorno, é o meu chamado pessoal para contribuir com a sociedade e com a saúde mental da nossa cidade. E me enche de alegria e orgulho poder fazer parte desse programa tão belo que é o PRAVIDA. Que venham muitas outras homenagem e que mais e mais pessoas possam se beneficiar do nosso trabalho.






terça-feira, 3 de dezembro de 2019

PSICO DÚVIDAS #2


Olá a todos, sejam muito bem vindos! Hoje vamos responder as dúvidas de alguns dos leitores do blog, vocês podem mandar essas perguntas para esse link: https://curiouscat.me/Psicologizzano que ela será respondida mantendo o anonimato. Vamos as perguntas!

Dúvida 4) Olá, minha madrinha mora em outra cidade e está fazendo terapia. Meu avô está em estado terminal e convive com minha madrinha. Meu avô não quer vir morar com minha mãe, pois é outra cidade. Minha mãe manda dinheiro para minha madrinha, ajuda a pagar a cuidadora para meu avô. E ela já foi inúmeras vezes para a outra cidade afim de cuidar do meu avô.

A psicóloga da minha madrinha, tomou a iniciativa de ligar para a minha mãe dizendo que não iria permitir que meu avô fosse morar com ela, e também ameaçou minha mãe com um processo onde ela iria pagar sozinha os custos do meu avô. Porem, todo dinheiro que minha mãe envia para a minha madrinha não é utilizado com meu avô, pois a minha madrinha gasta tudo indo no motel com vários homens. A psicologa pode ligar para a minha mãe, atormentando e aborrecendo ela mesmo que minha mãe, não tenha nada haver com a terapia da minha madrinha?


Leonardo Martins, psicólogo: Bom, primeiramente, da forma como você está me relatando, essa profissional está tendo um comportamento antitético e ela mesma pode sofrer processo administrativo no Conselho Regional de Psicologia da região dela caso seja denunciada. Esse não é o papel do psicólogo. O profissional de psicologia deve zelar pelo bem estar do paciente, não deve ditar o que o paciente deve fazer, não deve interferir na vida do paciente de qualquer modo, mas sim levar o paciente a refletir sobre suas ações, dar suporte emocional, oferecer estratégias para que o paciente lide com seus conflitos. 

Segundo o código de ética do psicólogo:


II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação,

exploração, violência, crueldade e opressão.



Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:


b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais;




j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado; 


No seu relato essa profissional infrigiu todos esses princípios e é passiva de punição caso haja uma denúncia formal. 



Dúvida 5) Eu quero muito cursar psicologia para poder ajudar meu pai, eu vejo que ele precisa muito de um psicólogo. 

Leonardo Martins, psicólogo: Olá. Isso que você está colocando é algo corriqueiro no curso de psicologia. Muitas pessoas entram no curso para ajudar amigos, familiares ou a si mesmo. Lembro de uma colega de curso que dizia que entrou na psicologia achando que faria terapia no curso. É um engano muito comum. O objetivo do curso de psicologia é formar um psicólogo, tratar suas dificuldades e problemas pessoais é algo que é feito por fora, independente do curso. E se formar psicólogo para tratar parentes está fora de questão. O trabalho do psicólogo está norteado pelo princípio profissional da imparcialidade, do não envolvimento emocional com os pacientes. Os vínculos que estabelecemos com as pessoas, ou seja, a forma como desenvolvemos cada relação vai influenciar como a outra pessoa nos vê e nos ouve. Provavelmente você já deve ter falado coisas para seu pai mas ele não te dá ouvidos, por que os pais em geral são assim, por serem mais velhos, mais experientes, por serem uma figura de autoridade, em geral não vão ouvir os filhos, visto que é algo da relação pai-filho. O psicólogo, para que possa atender bem um paciente, não pode ter vínculos de outra natureza que não o profissional. Então, por mais que você quisesse atender seu pai, ou qualquer outra pessoa da família, não daria muito certo. Incentive seu pai a buscar um psicólogo ou você mesmo pode buscar um e ir com ele, demonstrando assim seu apoio e interesse no bem estar dele. 




Dúvida 6) Tenho muita vontade de procurar um psicólogo, mas tenho medo, vergonha, sei lá. Eu fico pensando o que ele vai pensar de mim, das coisas que eu vou dizer. Tenho medo que ele conte para alguém. O que devo fazer, me ajude?


Leonardo Martins, psicólogo: Olá, obrigado pela sua dúvida, vamos desenvolver aqui uma excelente reflexão sobre ela. É natural ficar apreensivo diante de uma pessoa que você não conhece e que você vai contar sua vida, seus problemas sua intimidade. Entretanto, neste caso, a pessoa é o psicólogo, um profissional tecnicamente qualificado para isso. Vejamos o que diz o Código de Ética do psicólogo:



"Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional."


Ou seja, o sigilo, o segredo das informações que você repassar para o psicólogo estará resguardado. Caso haja quebra desse sigilo o psicólogo poderá responder perante o conselho, dependendo da situação receber apenas uma punição ou até mesmo ser cassado e não poder mais exercer a profissão. Nós psicólogo levamos a questão do sigilo muito a sério. Tudo que você fala na sessão de terapia com um psicólogo fica lá. Então por mais que você tenha um pouco de vergonha no começo, conforme você estabelece uma relação de confiança com o psicólogo que você escolheu ir vai ficando mais fácil desabafar e falar dos seus problemas. Recebo muitos pacientes que no começo estão inseguros de falar, mas que com o tempo, eles vão ficando mais confortáveis e o processo caminha mais tranquilamente. Então escolha um profissional que você se identifique, se não gostar, troque, até achar aquele com quem você se sente mais à vontade e pode falar sem medo.